29.9.09

google heart

- Corre, corre, corre. Quando chegares ao fim, salta para a frente o mais que puderes e, depois, quando começares a cair, dá aos braços... Depois aproveita.
- Mas, mas... eu não consigo voar.
- Consegues. Não te preocupes. Tens é de acreditar nisso. Muito.
- Vou cair...
- Não... não vais. Vá, vai lá para trás e faz o que te disse. Não sejas teimoso!
- Ok, ok... mas vou cair. Os meus pais nunca me ensinaram a voar... Já te expliquei...
- Os meus também não! Descobri que conseguia voar um dia quando saltei da varanda da casa minha tia.
- Pois... mas aqui é uma falésia... Se cair não parto uma perna; morro.
- Não penses nisso! Corre, salta e dá aos braços. Vais ver que sabes voar.
- Ok...ok............ Vá, lá vou eu!
- Vem, anda. A seguir vou eu. Vá.... 1....2.....3!
- 3!
......
- Salta agora!... Boa!!! Dá aos braços, com força!
- Estou a dar... Mas estou a cair! AAAaaiiiiiiiii....
- MAS TU NÃO TENS PENAS???!!!!

28.9.09

concretizado a mais de 200 km/h


Na sexta-feira à noite, um dos sonhos concretizou-se.

25.9.09

palhaços na cidade

Quando era pequeno gostava do circo e as minhas tias gostavam de ir ao circo comigo porque se riam de eu me rir tanto, principalmente dos palhaços. Agora, em grande, já não gosto de circo. Mas ainda me consegui rir bastante nas últimas duas semanas. Mas, no fundo, o circo continua a ser o mais decadente dos espectáculos.

24.9.09

quase voar

Quando abriu os olhos, quase chorou. À sua cabeça vieram-lhe as imagens de toda a sua vida. Toda não, apenas os bons momentos, os de verdadeira felicidade, desde os mais escondidos recantos da memória. Continuou em frente, e a luz continuou a encher-lhe a alma. Queria nunca mais dali sair. Estava no céu. Estava no mar. Olhando para baixo, via a perfeição geométrica das pedras milenares, polidas, quase vivas. Colocadas ali por algo superior a nós. Por um Deus ou uma Ordem Matemática que nos permite respirar. Continuou em frente. Aos ouvidos chegava-lhe um matraquear que lhe relaxava os ossos. Um matraquear que provinha do silêncio que o envolvia e parecia não o querer libertar. Continuou e olhou em frente, onde não conseguia ver o fim, e depois para cima, onde a luz o chamava, parecendo atraí-lo para um novo mundo, pleno de tudo. Decidiu continuar, mais um pouco, até que as pedras se afastaram e decidiu ir em direcção à luz. Já não tinha ar.

21.9.09

a igreja precisa de amigos

Ponto prévio I: sou católico;
Ponto prévio II: tive uma educação católica quase extremista, para um gajo nascido nos anos 80 (tenho quatro de sete sacramentos - baptismo, primeira comunhão, profissão de fé e crisma, e sou padrinho de baptismo, de crisma e, mais recentemente, de casamento);
Ponto prévio III: fui à missa quase todos os fins-de-semana durante cerca de 12 anos e tive participação activa em três ou quatro;
Ponto prévio IV: compreendo que uma religião tenha dogmas inamovíveis e considero que a alteração das principais crenças e hábitos é contra-senso numa religião ancestral.

Mas no passado sábado, enquanto ouvia a homilia (para os leigos, a homilia é a parte da missa em que o padre descodifica as três leituras anteriores e tem um discurso "livre" de evangelização) durante o casamento de um amigo, apercebi-me que a Igreja Católica e muitos dos seus pastores são como aqueles nossos ex-colegas de 5º ano do ciclo que, de tanto quererem ter amigos, eram chatos de irritar e gozados por todos. Até podiam ter coisas interessantes para dizer, mas ninguém suportava o facto de terem as calças até aos mamilos, de se cuspirem todos e terem uma pasta branca nos cantos da boca, de usarem botins, de terem melhores notas que nós e de falarem como o José Hermano Saraiva sobre temas que não eram o Benfica, as nossas colegas ou a Ana Malhoa no Buéréré. A diferença para a Igreja é que agora, passados vários anos, muitos eles mantiveram a mesma conversa, mas conseguiram actualizá-la, o que resultou num maior grupo de amigos.

17.9.09

3.9.09

o vídeo da tvi no youtube

Na busca do tão afamado vídeo que a TVI tem pronto para lançar sobre Freeport, o tal que alegadamente poderá ter levado à suspensão do Jornal da Manela e à posterior demissão em bloco da direcção de informação do canal, fui ao youtube e escrevi "Sócrates Freeport TVI", algo que os jornalistas deverão fazer imediatamente. Ordenei o resultado por datas e o mais recente vídeo é o que se encontra em baixo. E realmente, é comprometedor.

Passo a analisar apenas o primeiro minuto, onde há vários argumentos comprometedores para José Sócrates, que cedo se percebe ser a pessoa por trás da câmara. Note-se que o cameraman é acusado de ter medo de ser filmado (min 0:12), e de, mesmo não sendo artista, ter pretensões (0:22). Quais, fica em aberto, levantando ainda mais a suspeita. Os factos comprometedores estão um pouco mais à frente no vídeo, sendo o cameraman acusado de não filmar as "personagens que passam" (0:40), forma como o artista se refere às miúdas de Nisa, sendo isto mais que suficiente para retomar os boatos relativos à homossexualidade de José Sócrates. Mas a gota de água é quando o cameraman recusa ir "mandar uma garrafa a baixo" porque no dia a seguir tem "vigilância" (1:01), levantando as suspeitas sobre as escutas em Belém. Assim se percebe porque a direcção de informação da TVI caiu.

2.9.09

cross the line

Goza estes dias como se fossem os últimos e apercebe-se disso enquanto caminha. O sinal que viu na porta das traseiras da estação de comboios no dia anterior entristeceu-o. A partir da próxima segunda-feira, esta porta estará fechada por razões de segurança. A entrada será feita pela porta principal da estação. Era de esperar. Há muito que imaginava um qualquer terrorista a entrar por aquela porta não vigiada e a colocar uma bomba por baixo de um comboio. Até pensou denunciar aquilo a uma televisão, pela piada e por o irritar a negligência, mas não, preferia ter a porta aberta. No entanto, nunca percebera porquê. Passar por aquela porta e atravessar a linha de comboio, antes dos apeadeiros da estação, poupava-lhe tempo. E isso agradava-lhe. Mas era algo mais. Também não era por alimentar o seu lado rebelde, entrando por uma porta destinada apenas a funcionários, que aquele caminho o animava quando ia para o trabalho ou voltava para casa. Mas o sinal -lo ver a razão da nostalgia antecipada. Atravessar a linha de comboio transportava-o para outra dimensão, uma dimensão rural, onde a protecção e as restrições à movimentação das pessoas são menores. Onde nem tudo é ruas e os jardins não estão cercados e com placas que proíbem que sejam pisados. A linha de comboio e o atravessá-la, permitia contrariar a rotina e, durante os 20 segundos que dura a passagem das linhas quase fechava os olhos e imaginava que não estava a ir para o trabalho, mais uma vez. Ao invés, a sua mente fugia e refugiava-se na sua juventude, quando passeava pelas quintas dos seus avós, a procurar aventuras e chegava ao fim do dia com as calças cheias de terra e a cabeça repleta de histórias imaginadas.

formato à minha imagem

Parece que os maricas dos meus leitores não gostam de ler textos largos. Perdem-se a mudar de linhas, coitadinhos. Aqui vai uma nova formatação. Ao alto. Como eu.

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Quando se entra na loja, parece que somos absorvidos por ela: as nossas atenções dispersam-se automaticamente pelo que nos rodeia, e os nossos sentidos ficam alerta com potenciais pechinchas que lá possam existir. Aquilo que nos leva à loja passa imediatamente secundário, até nos focarmos e pensarmos como iremos ser atendidos. Reparamos que já fomos ultrapassados por várias pessoas até voltarmos a agir. Já numerados, o elevado tempo de espera propicia a alguma investigação à oferta disponível na loja. Por fim, quando chegamos ao balcão e dizemos ao que fomos, quase inevitavelmente, leva-se algo na mão que não se queria. E compra-se a um preço mais caro do que nas lojas especializadas. Parabéns a quem pensou as novas lojas dos CTT - comercialmente bem pensadas mas uma inutilidade em termos do seu fim principal. Mas obrigado pelos bons livros que me venderam, a preços ridículamente elevados. Ontem foi o Geração X.