24.9.07

A luz

Ao fundo, ouvia as vozes de crianças. Estavam a rir e a gritar. O calor no corpo era exagerado: o sentimento já não era de conforto, mas sim de calor extremo e suor, e a luz na cara não deixava abrir os olhos. "O que se passará?" As vozes eram claramente caóticas, mas não dava para abrir os olhos. "O que se passará?" Preocupante era ainda o desconforto de não conseguir abrir os olhos. A claridade era muita e o calor obrigava a sair dali. Mas de olhos fechados não dava. Mais gritos e risos. Havia miúdos e miúdas. Eram claramente muitas crianças. "O que se passará?" Virei para o outro lado, na tentativa de proteger do calor e da luz, mas continuava a abrir os olhos. Uma campainha. De repente percebi: sabia onde estava, o que fazia e que estava atrasado para ir trabalhar. E agradeci viver perto de uma escola.

Sem comentários: