25.2.08

goodbye lenin

Crescemos a ouvi-los e a detestá-los ou amá-los. Depois, eles desaparecem, vão sendo afastados, morrem. Fidel Castro vai morrer. Acabou de desaparecer. E eu vou poder contar aos meus filhos que uma vez existiu um senhor que controlou uma ilha num braço-de-ferro contra o maior país do mundo. Um revolucionário e um ideólogo único. E, de cada vez que me lembrar disso, de cada vez que falar dele, vou-me lembrar da minha juventude e dos meus ideais comunistas. De como, quando era criança (puto mesmo) admirava estas figuras fortes que queriam mudar o mundo. De todas as vezes que os via, pensava que ficariam lá para sempre, dada a força da sua figura, e como iriam impor os seus ideais para todo o sempre. Marcaram o meu dia-a-dia. Fidel, Gorbachov (tive a minha primeira desilusão política quando o Ieltsin o afastou) ou o Papa João Paulo II. Figuras que desapareceram dos grandes ecrãs (da vida, em alguns casos) e que eu então, com menos de 10 anos, aprendi a admirar. Agora o seu desaparecimento marca o fim de fases da minha vida. Há outros e esses também vão desaparecer. Por muito estranho que seja, é bom que desapareçam, convenhamos, é sinal de evolução. Só espero que sejam substituídos por melhores que eles. Comigo manterei as fotografias e as memórias em papel já amarelecido.

Sem comentários: