6.11.07

Postal (ou o prenúncio de um dia de merda)

Hoje de manhã senti-me como um estrangeiro em minha casa. Ao acordar, às 6h30 da manhã, estranhei os tons laranjas que pintavam a parede do meu quarto oposta à varanda. Virei-me, levantei a cabeça e vi o mais extraordinário nascer do Sol que alguma vez me lembro de ter assistido. O Sol ainda não se via e devia ter clareado há muito pouco tempo. Os três tons azuis e cinzentos do Tejo acabavam repentinamente num castanho escuro da Margem Sul. Seguia-se o mais vivo laranja que depois de ia esbatendo em vários tons até passar ao branco e depois ao azul. Este, por sua vez, ia escurecendo, até que, no topo do quadro (limitado pela porta da varanda) aparecia a lua numa fase posterior ao quarto minguante. Era o postal perfeito. Um momento que queria ter partilhado com todas as pessoas que estimo.

PS - Tanta fortuna, aliada a outras visões invejosas a caminho do jornal, não podia ser gratuita. A esta hora da manhã já me stressei com todos os problemas que tive para estacionar o meu carro (quando isso deveria ser fácil). E ainda mais deve estar para vir. Eu não acredito num Deus castigador, mas num Deus compensador. E hoje de manhã foi bom demais.

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